Illustration credit: Vecteezy

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pesqueiro Matrinchã - O encontro com os gigantes tambacus

Olá, amigos e leitores! 
Nossa equipe esteve algumas vezes no Pesqueiro Matrinchã, em São Sebastião do Paraíso - MG, para enfim tentar capturar os grandes redondos dos lagos esportivos, já que embora frequentemos o lugar há tempos, nunca havíamos focado em seus tambacus. Acompanhem abaixo nossas três pescarias no local. 

A tão esperada "Panela" do Matrinchã

Após algum tempo sem visitar o pesqueiro, já em novembro de 2012, eu (Pedro) e meu pai (Hilton) resolvemos retornar. Meu foco era nos grandes tambacus do lago das gaiolas, visto que havíamos fisgado um desses gigantes na pescaria de fundo com pão de queijo que retirou toda a linha da carretilha e acabou escapando. Meu pai, como de costume, ficaria na pesca por quilo de tilápias, usando varas lisas e massa do próprio pesqueiro. 
Comecei usando equipamentos mais pesados, com carretilhas de perfil alto que comportem cerca de 100m de linha classe 50lb e varas de 40 lb, para literalmente "travar" os exemplares e impedir que eles se enrosquem, já que os arremessos nessa modalidade devem ser feitos o mais próximo possível dos tanques-rede. 
Estava chovendo muito, então ficamos abrigados no restaurante, até que uma das minhas varas que estava com salsicha no fundo envergou e o alarme tocou. Saí correndo e comecei a brigar com o peixe mesmo debaixo de chuva. Era um exemplar de tambacu de bom porte, que seria o primeiro do dia, mas acabou escapando antes de entrar no passaguá. 
Assim que parou de chover, um amigo meu de Jardinópolis chegou para pescar conosco, a tempo de sair para as fotos com uma grande pincachara fisgada com Jumping Jig por um pescador que estava no local. 

O tempo foi passando sem mais ações significativas, até que meu equipamento mais pesado que estava iscado com um pão de queijo inteiro cantou fricção e o grande tambacu já se revelava em um belo salto! Forcei ao máximo para que ele não se enroscasse, até que ele foi cansando e finalmente prancheou. Estava ali meu primeiro gigante do Pesqueiro Matrinchã, minha primeira panela após tanto tempo frequentando o local. Como eu estava sozinho e a câmera estava com o meu pai, tudo o que pude fazer foi este vídeo com o celular, desculpem-me pela qualidade. As fotos foram printadas do próprio vídeo, mas dá para ter uma noção do tamanho do peixe. Acabei soltando-o sem foto. 




Esse peixe foi a última ação que tive durante o dia, mas sua captura já havia valido o dia. Foi só no fim da tarde que acabei deixando a pesca de fundo um pouco de lado para buscar outros peixes com iscas artificiais, usando a Inna 70 de meia-água da Marine Sports, cor verde-limão. 
Logo nos primeiros arremessos, tive uma bela surpresa: a pancada suave seguida de algumas cabeçadas revelou uma grande tilápia, fisgada com um trabalho lento e com toques de ponta de vara. Até um senhor que estava no local pescando tilápias quis sair nas fotos.  


Continuei pinchando até chegar à lateral esquerda do lago, onde encontrei o Cristiano, um grande amigo meu que mora em São Sebastião do Paraíso, que também buscava os grandes tambacus. Enquanto conversávamos, o equipamento dele que estava iscado com mortadela de fundo no meio do lago envergou e ele, ao fisgar, deu início a uma pesada briga. 
Disse a ele que faríamos um dublê e comecei a pinchar com a Inna 70, num trabalho mais rápido. No terceiro arremesso, veio a pancada, seguida de uma forte corrida rumo à margem. O peixe acabou se enroscando num cano submerso, então tive que entrar no lago para desenroscar a linha, até que a grande pincachara, já cansada, prancheou e pôde ser fotografada. 


A briga do Cristiano ainda se estendeu por vários minutos até finalmente vermos o enorme tambacu, um legítimo gigante do pesqueiro. Infelizmente, não pudemos fotografá-lo, pois um funcionário do pesqueiro nos advertiu que a área de pesca esportiva não era ali e por isso não tiramos o exemplar da água, mas era um peixe de seguramente mais de 20 quilos, provando o potencial do local para grandes exemplares da espécie. Fica apenas o registro em nossas memórias daquele gigante que encerrou nosso dia de pescaria. 

Uma tarde surpreendente

No dia 8 de dezembro, eu, meu pai e meu tio Paulo Roberto resolvemos fazer uma pescaria em dois locais. Na parte da manhã, ficaríamos no Pesqueiro Rodriacqua - cujo relato da pescaria pode ser lido AQUI - e na parte da tarde iríamos ao Matrinchã
Acabamos saindo de Monte Santo de Minas mais tarde do que imaginávamos e com poucas iscas, pois havíamos fisgado muitos exemplares em nosso primeiro destino. 
Chegamos ao Matrinchã já no fim da tarde, e não esperávamos mais nada daquele dia de pesca, mas fomos rapidamente surpreendidos. Escolhemos a lateral esquerda do lago das gaiolas e comecei pinchando com minha isca Inna 70 e logo no primeiro arremesso um tambacu a atacou, abrindo o anzol e deixando uma mordida na isca. 
Vendo que os peixes estavam ativos, preparei os equipamentos pesados com pão de queijo de fundo - os mesmos usados na pescaria anterior - e arremessei. Como estava ventando muito, os arremessos ficaram limitados, mas resolvi deixar a isca ali mesmo. 
Não foi preciso esperar muito, até que uma das varas envergou e o peixe saiu tomando linha. Meu tio, que estava mais próximo da vara, fisgou e passou o equipamento para mim, que de cara notei ser um grande tambacu. A tralha pesada fez com que o peixe se cansasse rápido, e logo nosso primeiro troféu estava dentro do passaguá. Como o barranco onde estávamos era alto e estava difícil manusear o exemplar, essas foram as únicas fotos que tiramos dele. 



Meu tio resolveu investir na mesma técnica e rapidamente já tinha peixe na linha. Mas, dessa vez, era uma espécie diferente, que não brigou muito, e quando chegou à margem mostrou ser uma linda traíra fisgada no pão de queijo no meio do lago. 


O tempo fechou do nada e começamos a guardar as coisas. Enquanto meu pai levava as tralhas para o carro, arrisquei arremessar o equipamento mais leve que havia levado com um pequeno pedaço de pão de queijo a poucos metros da margem, a fim de fisgar alguma carpa ou traíra. Jamais imaginava o monstro que iríamos fisgar.
Alguns minutos se passaram até que meu tio me gritou dizendo que a vara estava quase sendo arrancada do suporte. Saí correndo, fisguei e vi o carretel sendo esvaziado em questão de segundos. Passei a vara para o meu tio enquanto fui chamar meu pai para brigar com o gigante. Com poucas voltas de linha no carretel, meu pai começou a literalmente dar uma volta no lago para recuperar linha, até que o peixe foi demonstrando os primeiros sinais de cansaço. Nesse momento, eu já estava dentro da água com o passaguá e pude finalmente comemorar a captura do troféu quando este entrou no puçá.



O trabalho em equipe trouxe à tona o maior tambacu já capturado por nós até então, o recorde que fechou com chave de ouro nossa pescaria.

O dia das artificiais

Algumas semanas depois, retornamos ao pesqueiro, novamente em busca dos tambacus. Dessa vez, além de mim e do meu pai, estava meu avô, que queria fisgar um dos gigantes do lago das gaiolas. Acabamos pegando um dia difícil, com muito calor e água turva. Insistimos a manhã toda no fundo e nada de peixes na linha.
Só depois do almoço que meu avô fisgou um grande exemplar usando metade de uma salsicha a cerca de cinco metros da margem, mas que acabou enroscando a linha em um dos muitos tanques-rede - comportamento típico dos gigantes do local.
Quando já estávamos desistindo e resolvendo ir embora, resolvi aproveitar o pouco tempo para pinchar no lago esportivo, usando a isca de meia-água Inna 70. Varri a margem de todo o lago em busca de algum peixe perdido, até que num local raso, tive uma ação. De início parecia ser um peixe pequeno, que veio rapidamente rumo à margem, mas assim que apertei um pouco a fricção ele saiu em disparada, atravessando o lago e quase secando o carretel da carretilha. 
Saí correndo entre as árvores que margeiam a represa, tentando recuperar um pouco de linha, enquanto o peixe se embrenhava nos equipamentos de outros pescadores. Somente na margem oposta é que consegui finalmente manter a briga e começar a puxar o peixe. Quando este prancheou, vi que se tratava de uma pincachara, que nem era das maiores, mas havia brigado muito por ser fisgada pela cauda. Entrar na água para sair nas fotos com ela e depois soltá-la foi inevitável, uma sensação única que só a pescaria pode proporcionar. 



Arrisquei dar um último arremesso despretensioso antes de ir embora, e fui surpreendido por uma tilápia fisgada pelo dorso. Como estava sozinho, tive que me virar para tirar uma fotografia, mas pelo menos consegui o registro da captura. 

Após três pescarias, conseguimos comprovar o potencial de variedade e de gigantismo do Matrinchã, considerado um dos melhores pesqueiros da região. Espero que tenham gostado.

Por Pedro Daher