Illustration credit: Vecteezy

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cidade de Colômbia - Uma pescaria em busca do rei do Rio Grande e o Pesqueiro Primavera

Olá, amigos! O primeiro relato do Blog é acerca de uma pescaria realizada em outubro de 2011, quando pescamos no Rio Grande na região de Colômbia - SP, em busca dos dourados que habitam aquelas águas.

Um outro Rio Grande

Como eu (Pedro) moro em Passos - MG, sempre pesquei no Rio Grande à montante da Represa Mascarenha de Moraes (Peixotos), que fica próximo à cidade. Porém, a pescaria por aqui não é muito produtiva, e troféus são extremamente raros, devido à pesca predatória excessiva e à presença de barragens muito próximas que atrapalham a reprodução de peixes como o dourado (Salminus brasiliensis).
Foi pesquisando na Internet que encontrei informações sobre um local em especial onde os dourados ainda eram fisgados com frequência: a região de Colômbia - SP, à jusante da barragem de Porto Colômbia. O local apresenta como peculiaridade o fato de o Rio Pardo (importante afluente do Grande) desaguar em suas proximidades, permitindo que espécies migradoras subam por este e se reproduzam, o que mantém a piscosidade da região. E foi para lá que eu, meu pai (Hilton) e meu avô (Raimundo) organizamos uma pescaria de três dias, em busca dos raros troféus do Rio Grande.
Saímos de Passos no dia 13 de outubro bem cedo, encarando os quase 300 km de estrada até Colômbia.

Chegamos ao nosso destino ainda na parte da manhã, quando pudemos dar uma volta pela pequena cidade, que faz divisa com Planura - MG através de uma ponte sobre o próprio Rio Grande. 

Ficamos hospedados numa pousada às margens do rio, simples e de fácil acesso, localizado praticamente no centro da cidade. Lá há também a venda de iscas vivas, facilitando a vida dos pescadores. 

As primeiras impressões

Ao chegarmos, nós nos deparamos com uma forte chuva - que nos atormentaria durante toda a pescaria - e então fomos conversar com os pescadores locais para termos informações sobre as ações mais recentes. Assim, tivemos uma noção de onde pescar naqueles dias.
Logo que parou de chover, resolvemos tentar algum peixe. Enquanto meu pai preparava as tralhas, peguei uma vara de bambu com um pequeno anzol e minhoca como isca e ali mesmo, em frente à pousada, fisguei vários lambaris, alguns bem grandes.

Eu e meu pai saímos de barco sem guia, subimos o rio e arriscamos alguns arremessos na rodada, ele usando tuvira e eu com iscas de meia-água. Ao passarmos por uma rasura com águas mais turvas, uma pancada seca revelou nossa primeira ação de dourado, que se soltou no segundo salto. Foi o suficiente para nos deixar eufóricos. 
Retornamos à pousada para o almoço, onde contamos nossa experiência para o meu avô, que resolveu nos acompanhar na parte da tarde.

Encarando os reis do rio

Só voltamos ao rio no fim do dia, novamente sem um guia de pesca. Subimos até a desembocadura do Rio Pardo, onde meus parceiros arriscaram iscas vivas e eu insisti nos pinchos, mas dessa vez apoitados. Até que, um pouco acima, vimos um frenesi de aves e peixes numa rasura, e decidimos pescar naquele suposto cardume de forrageiros. 
Assim que nos aproximamos, conseguimos ver alguns dourados explodindo nos pequenos lambaris. Desligamos o motor e os dois arremessaram as tuviras vivas, enquanto eu escolhi a isca Inna 70 Marine Sports transparente, que era a que mais se aproximava dos peixinhos que estavam no local. 
Iniciei os arremessos com um trabalho mais rápido e rapidamente um lindo douradinho atacou e saiu tomando linha. Uma briga divertida e com muitos saltos nos presenteou com o primeiro "rei do rio" da pescaria, o peixe que nos levara a Colômbia! 

E as capturas continuaram no pincho. Embora fossem dourados de pequeno porte, a briga era emocionante e o fato de fisgar e soltar essa espécie no rio onde comecei a pescar valorizava ainda mais cada exemplar.


Meus parceiros ainda tiveram algumas ações nas iscas vivas, mas não conseguiram concretizar as fisgadas. 
Paramos de pescar assim que escureceu, mas estávamos muito animados para o dia seguinte.

O troféu de ouro

No dia seguinte, a chuva novamente nos impediu de pescar no período da manhã.
Somente às 15h conseguimos sair para o rio, dessa vez acompanhados do guia de pesca Losemar - conhecido como Losa.
Decidimos ir ao mesmo ponto do dia anterior, mas dessa vez insistiríamos na isca viva, em busca de maiores exemplares. 
Então, após algumas rodadas, a vara do meu pai enverga e dessa vez ele acerta a fisgada, fazendo com que um lindo dourado saltasse. O peixe fez com que a fricção do molinete cantasse alto, rendendo uma bela briga. Assim que ele prancheou, pudemos embarcar e fotografar o troféu da pescaria.


Esse foi o único peixe da tarde, pois não obtivemos mais ações. Então, voltamos à pousada e ficamos sabendo de um cardume de corvinas na represa de Porto Colômbia; assim, decidimos que iriámos até lá no último dia.

 Pindocando na represa

Saímos logo cedo, rumo ao Clube Náutico de Porto Colômbia, cujo trajeto é feito de carro e, embora contenha trechos de terra, é bem tranquilo.
Assim que chegamos, o guia Losemar tratou de colocar o barco na água e preparar os equipamentos para o longo período de navegação que enfrentaríamos, já que alcançar os pontos de pesca das corvinas exige mais de uma hora de navegação.

Navegamos até avistar um pequeno aglomerado de barcos, onde apoitamos, local que possuía profundidade média de vinte metros. 
A pesca de corvinas consiste em se soltar a isca (camarão vivo) até o fundo, recolher alguns centímetros de linha e em seguida começar a "pindocar" - ação de se levantar e abaixar a vara, semelhante à da pesca com Jumping Jigs
Foi só começar a trabalhar a isca e as primeiras corvinas foram fisgadas, por todos do barco. Apesar de não ser um peixe muito forte e de o tamanho médio dos exemplares capturados ser pequeno, sua pescaria é bem divertida e com ações incessantes. Só em nosso barco foram mais de quarenta capturas.



Mais uma vez, a chuva nos atrapalhou e fez com que encerrássemos a pescaria mais cedo. 
Porém, já na pousada, encontramos uma tarde ensolarada, o que nos motivou a sair para o rio em busca de algum peixe de couro. 
Então, adentramos o Rio Pardo até encontrarmos um poço mais fundo e lá insistimos até o fim do dia. Quando estávamos desistindo, o guia Losa acerta um pequeno pintado, que infelizmente não foi fotografado, mas comprovou a diversidade e o potencial da bacia do Rio Grande na região de Colômbia - SP.
Assim encerramos nossa pescaria de três dias em busca dos troféus de Colômbia, mas as fisgadas não pararam por aí.

Em busca de mais fisgadas

Na volta, passamos por uma cidade chamada São Joaquim da Barra - SP, onde eu sabia que havia um pesqueiro bom, o Pesqueiro Primavera. Convidei meu pai para irmos lá conhecer e ele concordou, desde que não ficássemos por muito tempo. 
Ao chegarmos, fomos recebidos pelo proprietário William, que nos passou algumas dicas. Escolhi um ponto vazio na lateral do lago e comecei a pescar. Usando salsicha de fundo, eu e meu avô tivemos várias ações, inclusive ele fisgou um enorme dourado que escapou na margem.
Meu pai decidiu pescar conosco e no primeiro arremesso já estava com uma bela patinga fisgada com minhoca.

Os dois foram almoçar e eu resolvi insistir mais um pouco. E foi aí que fui surpreendido pela um belo peixe também com minhoca num molinete desbalanceado e com linha toda raspada - que havia usado para pescar corvinas em Porto Colômbia. E por isso, fui bem cuidadoso na briga, que se estendeu por vários minutos, com direito até a saltos do redondo.


Após muito tempo de peleia, o exemplar prancheou e entrou no passaguá. Era um belo tambacu, maior peixe da viagem, para fechar com chave de ouro.


Depois de soltá-lo, simplesmente parei de pescar e juntei as tralhas para seguir viagem, pois nossa rápida passagem pelo pesqueiro tinha valido a pena. Descobrimos um novo ponto de pesca que acabou sendo destino de futuras pescarias. E assim, seguimos viagem com a sensação de missão cumprida.

 Por Pedro Daher

2 comentários:

  1. Parabéns, Pedro Paulo...
    Ficou lindo seu blog...
    Continue sendo esse pescador só por esporte...
    O Olimpio quer saber quanto é que seu pai paga pra vocês tirarem as fotos com os peixes???? kkkk
    Brincadeirinha...
    Beijão pra você... e continue nos mostrando suas aventuras de pescaria... Feliz ano novo...
    Renata e Olimpio

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  2. Obrigado, boas festas para vocês também. Logo quero pescar aí no rancho, heim?
    Beijo.

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