Nossa última pescaria foi, na verdade, parte de uma viagem que eu (Pedro) fiz com meus pais (Hilton e Josiane) à cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, realizada no início do ano de 2013. Foi uma experiência incrível, pois o Nordeste ainda era um local desconhecido por nós.
O primeiro voo
A expectativa era grande desde o início, já que eu nunca havia entrado em um avião. Saímos de Guarulhos, e após pouco mais de uma hora de viagem, desembarcamos em Maceió - e confesso que voar pela primeira vez foi uma experiência fantástica.
Nós ficamos hospedados em um hotel na Praia da Pajuçara, já no fim da orla da cidade. A agência de turismo que organizou a viagem oferece alguns passeios opcionais, os quais optamos por Maragogi, Praia do Gunga e Praia do Francês.
Caribe Brasileiro
Já no dia seguinte ao de nossa chegada, realizamos o primeiro passeio - este, ao município de Maragogi, considerado o Caribe brasileiro.
Após uma viagem de algumas horas de ônibus, chegamos ao povoado e fomos recebidos por guias que nos ofereceram o pacote de banho e mergulho nas piscinas naturais da região - e claro que nós aceitamos.
Para chegar às piscinas, é necessário pegar um barco - há vários deles, com saídas a cada meia hora - e fazer um percurso de cerca de quinze minutos. No local, os turistas recebem óculos ou equipamentos de mergulho profissionais (de acordo com o que solicitaram) e podem iniciar as atividades.
A quantidade e diversidade de peixes e corais é incrível, o mergulho em Maragogi é uma atividade que eu sinceramente recomendo, experiência ímpar. Pena que passa muito rápido...
Enfim, a pescaria
Nos dois dias seguintes, ficamos na cidade de Maceió, e aproveitamos para comprarmos alguns equipamentos de pesca. Como havíamos levado somente as carretilhas, tivemos que comprar varas, anzóis, chumbos, linhas, chicotes de pesca de praia, sabikis, e claro, os camarões que seriam nossas iscas.
No quarto dia de viagem, fomos até a Praia do Gunga - onde eu sabia ser possível pescar. Novamente, precisamos pegar um barco para prosseguir com o passeio.
Ainda no porto onde descemos, vi uma grande quantidade de pequenos peixes. Então, ali mesmo, começamos a pescaria.
Eu estava usando uma vara de carretilha, e meu pai uma vara de bambu. Logo no primeiro arremesso, ele já teve ação de um peixe que achei muito parecido com uma cioba, e que rendeu uma excelente briga. A propósito, perdoem-me pelos possíveis erros na identificação das espécies, eu conheço muito pouco de peixes de mar.
Resolvi tentar pescar como ele, "jigando" o sabiki em meio às pedras, e fisguei outra espécie bem diferente, que creio ser um michole.
Eu insisti na pesca de fundo, com arremessos mais distantes da margem, e conforme a maré foi subindo, peixes de maior porte foram aparecendo, fisgados no filé de camarão com chicote de dois ou três anzóis e chumbo pirâmide de trinta gramas na ponta. Inclusive, penso ser esse um pequeno exemplar de caranha, que, apesar do tamanho, é uma espécie nobre na pesca em água salgada, e poder fisgá-la foi emocionante.
Até um belo e inusitado vermelho-henrique atacou o camarão e apareceu para as fotos. É surpreendente a diversidade de espécies em um único local quando se trata de pesca no mar.
Como a correnteza estava ficando mais forte, troquei o chumbo por um maior e deixei um único anzol, amarrado bem próximo ao peso. Enchi-o de camarão, e lancei o mais longe que consegui. Não demorou muito, e tive uma pancada mais forte. O peixe chegou a tomar linha da carretilha, rendendo uma bela briga, até que o que penso ser uma cocoroca posou para as fotos.
Almoçamos em um restaurante na orla da praia, e depois optamos por fazer um passeio de bugue para conhecermos um pouco mais das belezas daquela praia. Não preciso nem dizer que valeu a pena.
Boa parte do dia foi destinada à atividade acima, então quando vimos, já estava quase na hora de irmos embora. Por isso, voltamos ao porto.
Lá, ainda tive tempo de dar mais alguns arremessos e fisgar espécies diferentes. A primeira delas foram os xareletes, que estavam em cardume por lá e atacavam com voracidade a isca.
Outra espécie inusitada que apareceu nesse fim de pescaria foi o amboré. Fisguei alguns exemplares dela em um local de águas mais tranquilas, sem tanta correnteza.
As últimas fisgadas
A segunda e última pescaria dessa viagem foi realizada alguns dias depois, na Praia do Francês, há alguns minutos de ônibus da Praia da Pajuçara. O local é cercado por um recife de corais, fato que favorece a concentração de pequenos peixes.
Assim que meu pai chegou para me acompanhar, tive a sorte de fisgar outra espécie nova para mim: um pequeno salmonete.
No arremesso seguinte, o filé de camarão, sempre fatal, me rendeu outro belo exemplar, o troféu da pescaria. Novamente, uma cocoroca que rendeu uma boa briga e fez a carretilha cantar.
Após soltar esse peixe, alguns pescadores chegaram e começaram a tarrafear em busca de tainhas, o que impossibilitou a pesca com vara. Por isso, encerrei a minha pescaria por ali.
Um pouco sobre Maceió
O último dia foi destinado a conhecermos um pouco mais de Maceió. Visitamos seu centro, os mercados de venda de peixes e diversos outros pontos que, se não são tão bonitos quanto as praias da região, ao menos oferecem uma experiência de contato com culturas e hábitos diferentes muito válida - e também revelam o problema das diferenças sociais, tão intenso no país.
O fim da nossa viagem se deu com um um passeio pela orla da praia onde estávamos, onde naquele dia ocorria a famosa Feirinha Noturna da Pajuçara. O evento conta com uma enorme quantidade e variedade de artesanatos e souvenires, parada obrigatória para turistas.
Espero que tenham gostado das experiências relatadas acerca da nossa viagem em família para a cidade de Maceió - AL.
Abraços!
Por Pedro Daher