Illustration credit: Vecteezy

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Pesqueiro Matrinchã - O pesqueiro de gigantes encerrou as atividades!

Olá, amigos e leitores!
O Pesqueiro Matrinchã foi um destino recorrente da nossa equipe, muitas de nossas pescarias e parcerias vieram de lá. E, infelizmente, no início de 2016, o local encerrou suas atividades. Os peixes foram vendidos para pesqueiros de Minas Gerais e São Paulo, e os lagos secaram.
Entretanto, durante o período em que nosso blog estava em manutenção, nossa equipe esteve por lá diversas vezes, fisgando enormes exemplares. E vamos mostrar um pouco dessas pescarias, como forma de homenagem ao saudoso pesqueiro, e também passando dicas e técnicas dos antigos moradores do pesqueiro, que agora habitam diversos lagos do sudeste.

Presente de aniversário

Nossas últimas pescarias no local haviam sido na baixa temporada de 2014, com boas fisgadas. E foi só no fim de 2014 que retornamos, mais especificamente no fim do mês de novembro, para comemorarmos o aniversário do nosso membro João Pedro Mendonça. Eu (Pedro) e meu pai Hilton marcamos presença.
Infelizmente, acertamos um dia muito fraco de pesca, com pouquíssimas ações. Até as 16 horas, nenhum peixe fisgado... Até que, assim que o sol abaixou, o Hilton fisgou algumas boas tilápias com varas lisas de 3 metros de comprimento e isca de massa. 


E logo foi a vez de eu e o João fisgarmos nossos exemplares, utilizando boia cevadeira e anteninhas. Nesse dia, nenhum redondo subiu na ceva, mas mesmo assim as grandes tilápias garantiram a farra. 



Conformados com a situação e aproveitando o dia difícil para darmos muitas risadas, resolvemos pinchar um pouco. O João colocou em sua vara de pesca com cevadeira (2,7 metros de comprimento)  uma isca de meia-água de 7 centímetros de cor escura que eu havia lhe dado de presente de aniversário, muito eficaz no local, e eu utilizei um modelo de cor verde. 
E foi num desses arremessos despretensiosos com trabalho bem lento, numa lateral rasa do lago esportivo, que o João acertou uma boa fisgada. O peixe saiu tomando linha e brigando no fundo, sinal de pincachara de grande porte! Vários minutos foram necessários para que o último peixe do dia, presente de aniversário e recorde pessoal da espécie posasse para as fotos e encerrasse nosso dia da melhor forma possível. 


A temporada dos redondos

Algumas semanas depois, o João retornou ao local para uma tarde de insistência nas boias cevadeiras em busca dos grandes tambacus do Matrinchã. Dessa vez, eles não decepcionaram e apareceram em quantidade! A ração do pesqueiro no palminho e chicote de dois metros foi a isca que garantiu muitas fisgadas. 



E claro que ele voltou a pinchar com a isca que ganhou de presente! Dessa vez, nenhum peixe de couro apareceu, mas uma enorme tilápia atacou e também apareceu para nossas lentes. 

Vendo o resultado da pescaria dele, não tinha como não retornar... 

Fartura na superfície

E foi na semana seguinte, já no fim do ano de 2014, que eu, juntamente do meu tio Beto, retornei ao local. Aproveitamos a temporada para buscarmos os grandes redondos do lago das gaiolas na pescaria de fundo com iscas naturais. 

Mesmo com insistência, não tivemos ações. Então, após almoçarmos, resolvemos mudar de lago e investir nas boias cevadeiras. Optamos pelos chicotes de 50 centímetros com ração do pesqueiro como isca.
Além disso, deixamos na espera equipamentos de fundo com filé de peixe, e foi num deles que fisgamos nosso primeiro exemplar, uma traíra. 

E não demorou muito para os redondos aparecerem, e em quantidade. Era jogar, esperar a ceva espalhar e ver a cevadeira afundar em meio ao frenesi dos peixes. 


Havíamos encontrado o jeito de pescar os peixes naquele dia, então foi só continuar os arremessos para termos muitas outras fisgadas. 




Mas foi num arremesso fora do ponto de ceva que, como de costume para os pescadores de pesqueiro, o maior exemplar do dia apareceu! Peixe já de tamanho razoável que rendeu uma excelente briga! 

E se foi a traíra o peixe a abrir nossa pescaria após o almoço, foi a mesma espécie a encerrar nossos arremessos no fim da tarde! Um exemplar já bem maior fisgado com guelra no meio do lago. 

E assim foi o fim da nossa temporada de 2014 no Pesqueiro Matrinchã.

Verão dos redondos 

No início de 2015, com o auge do verão e as ações intensas no Matrinchã, nossa equipe esteve no pesqueiro praticamente toda semana. As tilápias e traíras foram peixes muito presentes na pesca de fundo com massa e ração.



O lago dos tambacus menores nunca decepcionava, era na boia cevadeira com ração no chicote direto que fisgávamos vários exemplares e até dublês.





No fim do verão, fizemos uma pescaria de grandes peixes com o parceiro Diego Cintra, utilizando boias cevadeiras e anteninhas na superfície com chicote curto e cabeça de tilapinha de fundo no meio do lago. Foram muitos peixes fisgados ao longo do dia, com direito a dois gigantes para encerrar a temporada.




Inverno de gigantes

Com a chegada do frio, continuamos frequentando o pesqueiro em busca dos grandes tambacus do lago esportivo. A cabeça de tilapinha de fundo era fatal, sempre dava resultado...

Tivemos também a companhia do amigo Gustavo e sua família, pescando bons peixes com ração e anteninhas na superfície.


O inverno no Matrinchã era a época das pincacharas, que atacavam muito bem iscas artificiais de meia-água, sempre saía algum grande exemplar para as fotos. Havia também as grandes traíras e carpas fisgadas com massa pelos pescadores Raimundo e Beto.



Ainda naquela tarde, utilizando boia torpedo com isca de fígado de boi e chicote de 50 centímetros na parte funda do lago, tivemos uma fisgada surpreendente. Um peixe enorme que quase secou o carretel da carretilha e brigou por vários minutos até se render, um dos maiores que já fisgamos no Matrinchã, em pleno inverno, para encerrar bem o dia.


Algumas semanas depois, voltamos ao local para uma pescaria com massas de fundo, feitas com essência de maracujá, pó de alevino e farinha de rosca. Logo no primeiro arremesso, outro gigante que explodiu no meio do lago na batida da isca, outro troféu de inverno.



Bons peixes saíram o dia todo na pesca de fundo com massa, em boa quantidade para todos os pescadores.




Novamente, retornamos após algumas semanas. Dessa vez, acompanhados dos amigos Lucas e César, no final do inverno. Uma pescaria de muitas tilápias, mas com belos troféus como essa enorme carpa fisgada com pedaço de peixe no fundo.



Como sempre, no fim da tarde, tivemos nosso troféu de tambacu, mais um fisgado com cabeça de tilapinha no fundo, para encerrar bem o inverno.



Alta temporada

Com a chegada do calor de 2015, veio também a notícia de que o pesqueiro estaria encerrando suas atividades em alguns meses e venderia os peixes. Com isso, várias equipes de pesca visitaram o local para levarem os grandes tambacus para outros pesqueiros. Os maiores saíam na cevadeira com anteninha e a fartura era garantida na massa de fundo. Até mesmo os pescadores mirins André e Bento fisgaram belos peixes.












Com os amigos reunidos, a farra era grande e a diversão era garantida na pesca de fundo com massas, ações o tempo todo no fim de 2015.



Um último adeus

A notícia do fechamento do pesqueiro se oficializou no início de 2016, então mais e mais pesqueiros buscaram seus peixes no Matrinchã. Na semana de fechamento, fizemos duas pescarias de despedida no local. A primeira foi na companhia do parceiro João Pedro, num dia de pesqueiro vazio, nublado, ideal para a pesca. Contabilizamos 65 tambacus fisgados, com direito a "quintuplê" e várias panelas. Os esquemas utilizados foram cevadeira com ração no chicote longo, massa de fundo e cabeça de tilápia de fundo. 











A segunda foi em um dia de sol intenso, com pouca movimentação de peixes por já terem sido retirados muitos exemplares, mas mesmo assim com vários peixes comedores de massa fisgados, para finalizar nossos vários anos de história no Matrinchã.  





Apesar da infelicidade da notícia do fechamento do Pesqueiro Matrinchã, nossas diversas pescarias no local estarão sempre guardadas em nossas memórias, e os gigantes daquele lago estão espalhados levando alegria a pescadores dos pesqueiros de todo o Brasil.

Por Pedro Daher