Illustration credit: Vecteezy

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pesqueiro do Horto (CREPEA) - Uma nova opção para a pesca de grandes tilápias

Olá, leitores e amigos!
Fomos conhecer uma nova opção de pesca na região de Passos - MG, o Restaurante e Pesqueiro do Horto, localizado no CREPEA (Centro Regional de Pesquisa e Educação Ambiental),na Rodovia MG 050 sentido Itaú de Minas. As espécies disponíveis são piaus, carpas, grandes tilápias, traíras e forrageiros como porquinhos (acarás) e lambaris.
O lago de pesca é bem bonito, com margens preservadas que dão um aspecto natural ao pesqueiro. Além disso, ele é cercado, delimitando o espaço de pesca e dando comodidade e segurança ao pescador. Nele, há as opções de pesca por quilo e pesca esportiva.

Tarde das tilápias

Na primeira pescaria, fomos eu (Pedro), meu avô Raimundo, meu pai (Hilton) e o meu primo Paulo. Como não conhecíamos o local, acabamos levando como isca apenas ração e minhoca, mas acabou sendo o suficiente. 
Chegamos ao pesqueiro já no fim da tarde, momento em que as tilápias normalmente ficam mais ativas no verão - estação em que estávamos. Usando equipamentos leves e como isca ração na pinga, logo percebemos que os maiores exemplares se alimentam mais frequentemente na margem oposta à entrada do lago, e foi lá que meu pai arremessou e capturou a primeira tilápia da tarde. 

Em seguida, foi a vez do Paulo fisgar seus exemplares, usando como isca minhoca em varas lisas com quatro metros de comprimento e linha monofilamento 0,30 mm. Devido à grande quantidade de peixinhos no lago, vale usar varas mais compridas para buscar as tilápias nos locais mais profundos. 

É claro que eu também fisguei meus exemplares, novamente usando ração na pinga em molinetes ultraleves, arremessando a isca com um pequeno chumbo na margem oposta. Bastava arremessar, aguardar um pouco e logo tinha tilápia na linha. Algumas chegavam a se fisgar sozinhas, tamanha a voracidade. 

Os últimos exemplares do dia foram fisgados pelo meu avô, usando massa como isca, novamente em tralhas leves que arremessavam na margem oposta. 

Sozinho na superfície

Algumas semanas depois, retornei ao local sozinho, pois queria fazer uma pescaria de tilápias na superfície usando boias cevadeiras e torpedos. Mais uma vez, cheguei somente no fim da tarde. 
Comecei a cevar usando ração do próprio pesqueiro, na lateral direita do lago, embaixo do bambuzal. A transparência da água me proporcionou uma excelente pescaria, pois era possível ver as tilápias atacando a ração e a isca na superfície, o que é uma experiência fantástica para os amantes da pesca esportiva. Logo, estava com belos exemplares fisgados. 


Arrisquei também fisgar os lambaris e porquinhos do lago, usando minhoca em uma curta vara de bambu. Bastava descer o anzol próximo à margem e esperar o ataque. Sem dúvida foi uma pescaria muito divertida. 
Como havia levado um equipamento mais pesado, deixei-o armado na lateral esquerda do lago, usando um lambari do próprio lago como isca para fisgar alguma traíra. Mas vacilei ao não usar empate de aço e acabei perdendo um grande exemplar. 

Continuando na pesca de tilápias, as fisgadas eram constantes. O sistema usado foi o de "palminho", com boia-guia deixando a isca (ração na pinga ou miçanga caramelo) e o anzol Maruseigo 16 a cinco centímetros de profundidade, esquema que rendeu várias capturas. 


Assim que escureceu, guardei meus equipamentos e deixei apenas aquela tralha pesada armada na lateral do lago com um pequeno lambari iscado, enquanto aguardava meu pai para me buscar. 
De repente, o alarme da carretilha tocou e eu fui correndo fisgar achando que era uma traíra, mas o que estava na ponta da linha era uma enorme tilápia que resolveu atacar a isca viva e acabou sendo fisgada. Foi o troféu do dia que encerrou minha pescaria.  

Logo o Pesqueiro do Horto contará com novas espécies, tanto para a pesca por quilo quanto para a prática de pesca esportiva, portanto o local merece ser visitado. 
Abraços! 

Por Pedro Daher

domingo, 1 de abril de 2012

Pescaria em São João Batista do Glória - Os sobreviventes do Rio Grande

Olá, amigos e leitores!
Realizamos duas excelentes pescarias no Rio Grande, na região de São João Batista do Glória - MG. A região sofre com os abusos da pesca predatória, mas mesmo assim ainda propicia belas fisgadas para quem insiste em buscar seus troféus, os verdadeiros sobreviventes do Rio Grande. Acompanhem abaixo alguns deles.

O gigante Trairão

A primeira pescaria foi realizada em fevereiro de 2012, por mim (Pedro), meu pai (Hilton) e minha prima Ana Flávia. Saímos de Passos - MG após o almoço e logo estávamos colocando o barco na água através da rampa pública do famoso Porto do Glória. 
Levamos apenas equipamentos leves, pois era para ser apenas uma brincadeira com alguns mandis e piaus. Por isso, nem tiramos fotos dos primeiros peixes fisgados.
Mas são nessas pescarias despretensiosas que os maiores peixes são fisgados, e foi isso o que aconteceu. Escolhemos um ponto nas proximidades da draga que retira areia do rio, local conhecido como "areeiro" que possui alguns poços com até três metros de profundidade e poucas pedras, e lá lançamos nossas iscas - minhocas iscadas em pequenos anzóis sem empate de aço. 
De repente, o equipamento leve do meu pai começa a envergar e voltar lentamente. Então, digo para ele fisgar, pois era um comportamento típico de grandes dentuças. Foi o que ele fez, tendo como resposta um salto do gigante a poucos metros do barco. Como era uma tralha subdimensionada para aquele exemplar, a briga durou vários minutos, mas após muita apreensão o trairão entrou no puçá e pôde ser fotografado. Percebemos que o peixe só não cortou a linha pois o pequeno anzol entrou bem no "canivete", caso contrário teria ido embora. Nesse momento, até eu quis segurar o troféu do meu velho. 


Após as fotos, esse exemplar - assim como todos os outros capturados nessas duas pescarias - foi devidamente solto. É sempre fantástico encontrar um peixe desse porte no Rio Grande, um verdadeiro sobrevivente que luta diariamente contra a pesca predatória. 

Insistimos muito no mesmo ponto, e eu e minha prima fisgamos diversos pequenos mandis, mas que nos divertiram bastante com o uso de equipamentos adequados. 

Assim que o tempo começou a fechar, resolvemos ir embora. Mas enquanto organizávamos as tralhas no barco, arrisquei uns arremessos na rodada, usando uma pequena chumbada e minhoca como isca em um ponto raso com fundo de areia e consegui capturar alguns mandis um pouco maiores, que vieram para encerrar nossa pescaria. 

Diversidade e mais troféus

Algumas semanas depois, já em março, eu e meu pai voltamos ao local, dessa vez acompanhados do meu amigo Gustavo, um jovem apaixonado por pescaria. Novamente, insistiríamos em peixes maiores usando tralhas leves. 
Assim que o sol saiu, já estávamos descendo o rio rumo à região conhecida como "Três Ilhas". Teríamos de ir embora antes do almoço, por isso queríamos aproveitar as primeiras horas do dia. 

No primeiro ponto em que paramos - um local com vegetação alagada propício para tucunarés -, o Gustavo abriu o dia com um grande mandi, fisgado com lambari vivo. Os tucunarés infelizmente não estavam ali. 

Resolvemos pescar alguns piaus e descemos o rio até um local com poços profundos e fundo de pedras, ambiente preferido desses peixes. Começamos a cevar usando quirera de milho e logo meu pai fisgou um lindo asa-vermelha (também conhecido como piau-flamengo) usando milho verde. 

Depois não tivemos mais ações naquele local e então resolvemos mudar de ponto. Escolhemos encostar o barco em uma margem com um droppoff (queda brusca de profundidade) evidente, pois ali poderíamos nos esconder do forte sol e ao mesmo tempo deixar as linhas na água em um local aparentemente produtivo. 
Tivemos que esperar pouco tempo até que a primeira vara envergasse e um belo mandi fosse capturado com minhoca. 

Arremessei meu equipamento mais leve com um grande chumbo no mesmo local em que o meu pai fisgou o mandi, mas logo que a isca de minhoca chegou ao fundo, a linha ficou enroscada em uma pedra. Deixei-a daquele jeito e continuei pescando. 
Após alguns minutos, a mesma vara enverga e o carretel do molinete canta. Fisguei, mas a linha ainda estava nas pedras. Então, abri o carretel e a linha esticou. Aí foi que o peixe conseguiu retirar o chumbo da loca, correndo para a margem.
Fiz muita força para "virar a cara" do exemplar, até que o enorme aracu-verdadeiro (ou piau-três-pintas) prancheou e pude erguê-lo para fazer as merecidas fotos. Ali estava mais um sobrevivente do Rio Grande. Ainda tomei um banho para soltar o peixe após a captura.

Arremessei no mesmo local do peixe anterior e antes mesmo de o chumbo encostar no fundo uma traíra já de bom porte atacou e nos presenteou com seus belos saltos. 

Mas esta não foi a última captura que aquele ponto promissor nos proporcionaria. O Gustavo, que estava insistindo nos pinchos ao lado dos aguapés em busca dos bocudos, finalmente conseguiu capturar um belo exemplar de tucunaré-azul, ao trocar a isca de meia-água por um lambari vivo. Mais uma espécie capturada no mesmo local, e que fechou nossa segunda pescaria com chave de ouro. 

Ressaltamos a necessidade de preservar o Rio Grande, que além de sofrer com as diversas barragens ao longo de seu percurso, ainda tem que lidar com a depredação da pesca predatória e da poluição diariamente, e por isso necessita da colaboração dos pescadores esportivos para continuar proporcionando boas pescarias àqueles que navegam por suas águas. 

Por Pedro Daher

Serra da Canastra - O famoso Parque Nacional e algumas fisgadas no fim do dia

Olá, leitores e amigos!
Há tempos, eu (Pedro) e meu pai (Hilton) desejávamos conhecer a famosa Serra da Canastra, local em que o imponente Rio São Francisco nasce e se revela na sua primeira grande queda d'água, a Cachoeira Casca D'Anta. E foi para lá que fomos recentemente.
Saímos de Passos rumo à cidade de São João Batista do Glória - MG, pois de lá seguiríamos caminho para a Serra da Canastra.
Para chegar até lá, passamos por um trecho extremamente complicado conhecido como Serra Branca, onde mesmo o veículo 4X4 dificuldades para subir devido às recentes chuvas que haviam prejudicado a trilha principal. Após muita apreensão e paciência, chegamos ao fim daquele trecho, com direito a um lindo visual como recompensa.

Foram necessárias mais algumas horas de viagem até chegarmos ao nosso destino final, o Parque Nacional da Serra da Canastra. Lá, uma taxa individual de manutenção de R$ 13,00 (preços de março de 2012) é cobrada para que o turista seja autorizado a entrar. 

Assim que entramos, demos de cara com a famosa Cachoeira, uma visão indescritível. Claro que não hesitamos em fotografar aquele belo cenário.


Seguimos a trilha que dá acesso ao mirante de observação da queda, onde pudemos comtemplar mais de perto a imponência daquele lugar fantástico. Como estava começando a chover, preferimos não nos adentrar mais ao pé da cachoeira. 

Na volta, passamos pela pequena cidade de Vargem Bonita - MG, uma típica cidade de interior, com casas simples, ambiente receptivo e aconchegante, pessoas conversando nas varandas das casas e belas pracinhas. O povoado é conhecido pelos queijos e doces produzidos na região, além do artesanato mineiro.

Ainda naquele dia, quando voltávamos para Passos, meu pai quis passar na fazenda de um amigo, onde há alguns tanques em que são criadas diversas espécies de peixes, onde eu poderia pescar e soltar. Como eu sempre carrego algumas tralhas no carro, aproveitei o tempo disponível e comecei a pescar enquanto meu pai conversava com o proprietário do local.
Primeiro, fui ao lago de tilápias tentar algumas com flyfishing, pois nunca havia fisgado uma com mosca seca e sabia que ali elas estariam bem ativas naquela isca. Apesar do pequeno porte dos exemplares fisgados, foi uma experiência válida e muito divertida.

Depois, quando já estava escuro, fui ao lago maior, onde havia alguns exemplares de surubins (híbridos entre cacharas e jundiás), que estavam sendo engordados. De início, usei varas lisas com linha 0,35 mm monofilamento, um anzol Maruseigo 16 e como isca massa de pão, e fisguei vários exemplares de pequeno porte, mas muito fortes e que fizeram a linha cantar. 

Como não havia levado outros equipamentos e queria arriscar algum peixe maior, antes de irmos embora, coloquei um anzol Maruseigo 16 no equipamento de pesca com mosca e arremessei no meio do lago, usando um pequeno pedaço de mortadela como isca, e logo veio a pancada. A briga durou vários minutos no equipamento de Fly classe #5/6, até que um surubim já de bom porte prancheou e pôde ser fotografado, encerrando muito bem nosso passeio pela região. 

No mais, para aqueles que desejam conhecer o local, vale procurar informações sobre a situação da Serra Branca e demais estradas que dão acesso à Serra da Canastra, programando a viagem com antecedência, sem risco de imprevistos.
Abraços!

Por Pedro Daher