Illustration credit: Vecteezy

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Pesqueiro Primavera - Os grandes Bagres e Tambacus e de São Joaquim da Barra

Olá, amigos e leitores!
Na nossa última pescaria, estivemos no Pesqueiro Primavera de São Joaquim da Barra - SP. Eu (Pedro), Lucas, Beto, Raimundo e Hilton encaramos essa empreitada no primeiro sábado de dezembro. Além disso, tivemos a companhia do parceiro Felipe Marques, que chegou um pouco mais tarde.

O tempo estava favorável e as notícias eram de peixes muito ativos, fato que confirmamos assim que chegamos e acompanhamos a alimentação dos exemplares do lago esportivo - como vocês podem ver no vídeo a seguir.
Eu ainda tentei fisgar algum peixe no meio do frenesi, mas como estava usando um equipamento de fundo na correria, não consegui, nesse momento, nenhuma fisgada.

Mas foi só colocar as linhas de fundo na água que uma sequência de capturas de jundiás-onça e pincacharas foi feita, que atacaram embutidos como muçarela, linguiça calabresa e salsicha próximos à margem. Até um enorme piauçu apareceu de intruso nessa modalidade! 




O primeiro redondo fisgado veio algum tempo depois, fisgado na ração do pesqueiro na pinga, de fundo: uma bela e briguenta patinga para nossas lentes! 

Como na última pescaria no local descobrimos que usar cabeça de tilapinha no fundo no fim do dia sempre rende grandes tambacus, fomos ao lago 3 (repleto de tilápias) fisgar alguns exemplares menores para servirem de isca.
Mas acabei sendo surpreendido por alguns bigodes comendo a ração jogada para atrair nossas tilapinhas. Afundei um pouco mais a isca e deixei a o equipamento no suporte por alguns minutos. Quando enfim olho para trás, me deparo com a vara leve toda envergada e em seguida simplesmente caindo dentro do lago!
Como estava usando uma pequena boia, foi fácil pescar a linha e dar continuidade à briga com o exemplar, que revelou ser uma linda pirarara baby! Segundo o William, proprietário, há alguns exemplares no lago sendo engordados e que logo irão para o tanque esportivo.
Sem dúvida, um lindo peixe para abrilhantar nosso dia! Essa e outras batalhas travadas com os exemplares do pesqueiro nesse dia podem ser conferidas num vídeo no fim do texto. 


Iscas garantidas, hora de voltar para o lago principal. Ainda antes do almoço, mais ações na ponta da linha!
O Lucas abriu sua contagem com um jundiá-onça fisgado com muçarela na margem, que estourou a linha no aerador, mas que a recuperamos, pois estava com boia, e trouxemos o peixe para a foto - a propósito, exemplar muito forte, que pensamos ser uma pirarara.

O Felipe, que chegou a tempo do almoço, não se conteve e lançou seus equipamentos, optando por salsicha na margem e massa de batata doce na boia. Como já era de se esperar, peixes em ambas as linhas e almoço interrompido com direito a correria para fisgar! Mais um peixe de couro para a contagem, e uma linda matrinxã que nos presenteou com seus belos saltos. 


E com o início da tarde e a água mais quente, os redondos começaram a comer para valer. As primeiras fisgadas, de exemplares menores, vieram na linguiça calabresa e na muçarela de fundo. 


Mas como já conhecíamos os hábitos dos grandes peixes do Primavera, logo os equipamentos leves com ração na pinga e massa, ambas de fundo, estavam trabalhando pesado para retirar tambacus já bem maiores. 



Ações eram frequentes, a todo momento tínhamos peixe engatado, porém muitos escapavam ou cortavam a linha. Demorou um pouco para trazermos mais um para a foto, mas quando conseguimos, foi logo um grande redondo, o troféu do meu avô, fisgado com muçarela. 

O Felipe insistiu na salsicha, e acabou fisgando mais diversidade para nossas lentes! Uma linda carpa espelho e até um pequeno dourado, o rei, apareceu na ponta do anzol. 



O Lucas, que até então tinha perdido bons tambacus e estava um pouco frustrado com a pescaria, conseguiu garantir seu exemplar no fim da tarde, horário em que os redondos mais comem no Primavera. A isca utilizada foi novamente a muçarela. 


Ainda faltava o meu tambacu, mas eu sabia que a cabeça de tilapinha no meio do lago era fatal nesse horário. Eu sabia que bastava arremessar e segurar a vara na mão, que eu fisgaria algum bom peixe. Interessante salientar que eles atacam essa isca de forma bem manhosa e sutil, apenas "beliscam" a isca enquanto a mastigam.
Sabendo disso, fisguei no primeiro sinal de ação, tendo como resposta peixe travado no meio do lago, e depois uma corrida rápida e contínua - sinal de peixe grande!
O grande peixe me fez dar uma volta pelo lago, e foi encostar, depois de mais de 30 minutos de briga, somente na margem rasa do lago, entrando no puçá e nos dando uma noção do seu tamanho. Enorme!



Mas ainda teríamos mais surpresas para encerrar a pescaria, e elas vieram logo em forma de dublê! Logo depois de eu soltar meu peixe, meu pai arriscou também um arremesso com a cabeça de tilápia, e o resultado não poderia ser outro, redondo na linha. Ao mesmo tempo, um funcionário do pesqueiro fisgou seu grande tambacu usando a mesma técnica, dois peixes enormes para a foto, encerrando nosso dia da melhor maneira possível!

Como prometido, um registro dos melhores momentos dessa incrível pescaria na alta temporada do Pesqueiro Primavera, espero que gostem.


Por Pedro Daher

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Piracicaba - Crônicas de um rio que ainda vive

Por vezes, o homem surpreende negativamente a natureza. Por vezes, a Natureza surpreende positivamente o homem.
Prova que ambos podem acontecer é o Rio Piracicaba. Agraciado por poesias e melodias, famoso pelas águas e vidas que carrega, pela história que construiu no interior do estado de São Paulo. Cartão Postal do centro da cidade de mesmo nome, prova de que - por vezes -, homem e natureza podem conviver em harmonia.
Infelizmente, apenas por vezes. Recentes mortandades de peixes assolaram o rio. Suspeitas de poluição industrial e urbana agravada pela seca - uso indiscriminado de água - chegaram a praticamente zerar a ictiofauna do trecho do rio que passa por Piracicaba - SP. A cidade que recebe o nome em homenagem ao famoso salto em que os cardumes se reproduzem, o "lugar onde o peixe para", às vezes é ingrata com seu rio.
Felizmente, a Natureza persiste. Mesmo com tanto sofrimento, resiste. Insiste. E faz de si mesma a heroína da própria história. Quem pesca no Piracicaba sabe. Ano após ano, depredação após depredação, desastre após desastre, o salto se mantém firme e garante o repovoamento do rio. Peixes fartos para todos. Mandis e dourados dominam o rio. E fomos atrás deles.
Eu (Pedro) e meu tio Paulo seguimos rumo à cidade, numa viagem de fim de semana. Minha prima e sua família reside na cidade, na verdade nas proximidades do Rio Piracicaba. Um dia da viagem foi reservado para a pesca esportiva.

Primeiro, no centro da cidade. Pinchos com iscas artificiais de meia-água em busca dos dourados, os reis do rio. Além de nós dois, pescadores, os netos do Paulo.



Os dourados estavam manhosos. Apesar de se mostrarem nos saltos, nenhum atacou a isca. Insistência e técnica não faltaram, mas por vezes a sorte faz falta. Bola para frente, há muito o que se pescar.

Voltamos para nosso alojamento, onde o rio fica literalmente no "quintal de casa". Hora de tentar os grandes bagres! Isca de minhoca, equipamentos médios, chumbos pesados. E muita paciência. 

Seguimos eu e meu primo Murilo, além do Yago, filho dele. O ponto escolhido foi abaixo de uma queda d'água, bem no meio da cidade, onde um remanso parecia ser propício para os peixes de couro do Rio Piracicaba, principalmente os grandes mandis. 

Natureza imponente em plena civilização, o Piracicaba é um rio único e surpreendente. Quem o margeia ao menos uma vez sabe a magia do lugar. 

Linhas na água, ansiedade por puxadas. Teríamos que seguir a viagem de volta ainda naquela tarde, o tempo de pescaria seria curto. Mas ainda precisávamos da confirmação de vida embaixo d'água no rio que a tudo sobrevive.
Tentamos por meia hora sem ações significativas, com arremessos no meio do rio, até que optei por lançar nossas linhas mais próximas à margem. Resultado acertado, logo eu estava com o meu recorde pessoal de mandi na ponta da linha. Peixe fisgado e solto, vai viver.


Estávamos em cima da hora, mas já que acertei o palpite, por que não dar um último arremesso?
Mais uma vez, um bagrão na ponta da linha, o maior peixe do Yago, para encerrar nossa rápida passagem pelo rio que ainda vive.


Hora de dizer adeus, que mais soou com um "até logo". O Rio Piracicaba vem sobrevivendo ao homem, e provando que a Natureza sempre surpreende. 

Por Pedro Daher