Illustration credit: Vecteezy

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Beira do Lago Náutico Clube - Uma pescaria, duas opções

Olá, amigos e leitores! A pescaria a seguir foi realizada no Beira do Lago Náutico Clube, em Cássia - MG.
Eu (Pedro) e meu pai (Hilton) já havíamos pescado no local alguns anos antes, então resolvemos voltar, pois desejávamos explorar melhor a região, dessa vez acompanhados da minha mãe, que apesar de não pescar, era nossa fotógrafa. Então, marcamos uma pescaria de três dias.
O clube é famoso pela sua estrutura de lazer às margens da Represa Mascarenhas de Moraes (Peixotos). Além disso, possui confortáveis chalés às margens da represa.

Uma vantagem do clube é que, além de margear o represamento num excelente ponto de pesca, ainda possui um enorme lago de pesca repleto de redondos; os doislocais são separados por um dique e a proximidade facilita muito para o pescador.

O lago de pesca ainda conta com diversos píeres ("palanques"), que dão mais conforto e comodidade ao pescador. Suas espécies são redondos em geral (pacus, tambacus e tambatingas), tilápias, traíras, mandis e tucunarés - estes últimos, transferidos da represa para o lago por pescadores. Quanto à captura, os hóspedes podem pescar e soltar ou pagar pelo quilo do peixe.


De cara, um recorde

Bem, vamos à pescaria! Assim que chegamos, fui pinchar na represa usando uma isca de meia-água e, numa grota que fica próxima aos chalés, vi um enorme tucunaré-amarelo seguindo a isca. Por várias vezes o fato se repetiu, mas ele sempre refugava.
Então, peguei um equipamento bem leve, isquei um lambari que havíamos comprado para isca e voltei ao local. Bastou arremessar e o peixe bateu na isca, tudo isso no visual, graças à água transparente da represa.
Como o local possuía muitos galhos, tive que descer no barranco e rebocar o peixe para uma área mais limpa, para então retirá-lo da água. Foi o meu recorde pessoal de tucunaré, uma captura emocionante, devidamente solto após a foto.

Insisti mais um pouco na pesca com iscas artificiais e, quando coloquei uma zara, um enorme trairão explodiu e cortou a linha. Experiência para as próximas vezes...
Então, fui ao lago de pesca em busca dos redondos, que eram nosso foco principal. Assim que cheguei, armei um equipamento com minhoca, pois era a isca que teve mais resultados na primeira vez que visitei o local. E logo alguns puxões e cabeçadas revelaram uma espécie diferente: um mandi. Pudemos constatar que o lago estava lotado deles, provavelmente soltos por pescadores que os fisgaram na represa. 

Enquanto meu pai não chegava com outras iscas, fiquei pescando com varas lisas e minhocas na represa - parte de baixo do dique - e acabei fisgando vários mandis e lambaris, bem na beira. 


Fisgadas dos dois lados do dique

Assim que meu pai chegou, escolhi um equipamento leve com uma pequena boia cevadeira, chicote de 30 cm e como isca ração P40 e comecei a cevar no lago. Os redondos rapidamente subiram, e bem perto da margem, e logo uma pequena tambatinga estava fisgada. 

Meu pai quis tentar os redondos com minhoca, mas novamente um grande mandi achou a isca e proporcionou uma divertida briga. 

Então, ele resolveu pescar com varas lisas na represa usando como isca pequenos insetos que estavam caindo na água e acabou capturando vários pequenos tucunarés. 

Explosões na noturna

Estávamos ansiosos pela chegada da noite, pois sabíamos ser aquele o melhor período para fisgar os grandes tambacus do lago. 
Assim, jantamos, tomamos banho e seguimos para a pescaria, levando uma vara cada. Usamos como isca o pão de queijo flutuante, num esquema com pequenas boias torpedo apoitadas. 
A primeira explosão veio no meu equipamento, seguida de uma forte tomada de linha que fez a fricção cantar, mas logo o primeiro peixe da noite saiu para as fotos. 

Em seguida, as ações cessaram. Por isso, troquei meu esquema por dois anzóis Chinu 2 e uma grande pelota de massa de sangue, arremessando no meio do lago.
Não foi preciso esperar muito até que um gigante atacasse e saísse em disparada, estourando a linha no nó. Nesse momento, meu pai também fisgou um peixe, do mesmo porte do meu primeiro, que acabou estourando na margem.
Como eu havia retirado a boia torpedo do meu equipamento, coloquei no dele e disse para que arremessasse próximo à lateral do lago. Em menos de trinta segundos, outra explosão no pão de queijo resultou numa interminável briga com um tambacu já de bom porte. 
Após muita tensão, consegui colocar o peixe dentro do puça, e o troféu da pescaria pôde ser fotografado. 

Então, começou a ventar muito e resolvemos encerrar a pescaria daquela noite, pois nos dias seguintes teríamos mais emoções.

Fisgadas, capturas e linhas estouradas

Como estávamos muito cansados, só começamos a pescar no dia seguinte após o almoço. E logo veio a primeira ação: uma caranha fisgada com massa carnívora no equipamento ultralight

Meu pai preferiu descansar mais, e eu acabei pescando sozinho. Então, arremessei cinco equipamentos espalhados pela represa, todos com pão de queijo na superfície. 
Foram muitas fisgadas perdidas devido à distância dos equipamentos, e algumas linhas estouradas pelos grandes tambacus - falta de experiência na modalidade. 
Em um dado momento, duas boias afundaram, e na ânsia de fazer um dublê, acabei perdendo um dos exemplares, mas mais uma tambatinga pequena foi capturada. 

Só no fim da tarde que meu pai voltou para a pescaria, e logo que chegou já acertou a fisgada de outro grande redondo, este com pão no fundo. Como usava um equipamento muito leve, teve que correr atrás do peixe mas conseguiu registrá-lo. 

Novamente, estávamos ansiosos pela noturna, mas mais uma vez as "panelas" do lago nos deram um baile, estourando facilmente nossas linhas ou abrindo nossos anzóis. Tudo o que conseguimos foi um mandi bem gordo fisgado na massa de sangue. 

Fomos dormir, pois sairíamos bem cedo no dia seguinte. 
Como o vício falou mais forte, no outro dia deixei meus pais arrumando as malas para irmos embora e fui ao lago aproveitar os últimos minutos da pescaria, usando uma tralha leve e o restante dos pães de queijo. 
Tive a sorte de ainda fisgar uma pequena caranha, que foi a "saideira" da nossa estadia no Beira do Lago. 

Num contexto geral, a pescaria foi bem produtiva. Apesar de o número de capturas não ter sido tão grande, aprendemos muito acerca da pesca de redondos, e esse conhecimento nos será útil nas próximas pescarias. Além disso, conseguimos bons peixes na própria Represa de Peixotos, com direito até a um recorde pessoal. No mais, espero que tenham gostado.

Por Pedro Daher

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