Illustration credit: Vecteezy

sábado, 15 de setembro de 2012

Pesqueiro Primavera - Diversidade de boas fisgadas no interior de São Paulo

Olá, amigos e leitores! Nossa última pescaria foi realizada no Pesqueiro Primavera de São Joaquim da Barra - SP, em que aproveitamos o feriado de 7 de setembro para retornar ao local e pescar por dois dias. Apesar do tempo ensolarado, pegamos uma semana de águas mais frias, o que atrapalhou um pouco a pesca, mas mesmo assim eu (Pedro), meu pai Hilton e meu avô Raimundo fizemos uma boa pesca.

As primeiras fisgadas

Chegamos à cidade, tomamos café-da-manhã num posto e fomos direto para o pesqueiro. Começamos a preparar os equipamentos e logo no primeiro arremesso meu pai já estava com peixe fisgado, uma linda pincachara que abriu nossa contagem. 


Após um tempo sem ações, tive minha primeira fisgada com salsicha encostada na margem, mas ao invés de algum peixe de couro, era um grande piauçu, que acabou escapando. Então, arremessei outro pedaço de salsicha no mesmo local, mas dessa vez com um pequeno flutuador de EVA, e não demorou muito para que uma matrinxã explodisse e saísse para as fotos.


Foi só na parte da tarde que os redondos começaram a sair, usando-se como isca salsicha, minhoca e calabresa. Os primeiros exemplares foram patingas fisgadas por pescadores ao nosso lado.


No fim da tarde, meu amigo Felipe Marques e seu pai, moradores de São Joaquim da Barra, apareceram para nos acompanhar e foi aí que nossa sorte mudou. Meu avô logo estava com uma grande patinga na linha, peixe fisgado com minhoca que rendeu uma bela briga. 


Surpresas na pescaria leve

Conforme o sol ia abaixando, os redondos ficavam cada vez mais ativos, e usando equipamentos leves e sensíveis, as ações eram constantes. Um fato bastante comum no Primavera é de se fisgar exemplares pelo corpo, já que a quantidade de peixes é muito grande para o tamanho do lago esportivo, e com isso engatamos vários exemplares que escaparam ou estouraram a linha. 
Assim que acertei um e vi que estava bem fisgado, pedi algumas dicas para o Felipe, assíduo frequentador do pesqueiro, e conseguimos colocar o exemplar no passaguá - um legítimo tambacu, já de bom tamanho, fisgado pela cauda! 


A pescaria continuou produtiva, mas com muitos peixes perdidos, e quando notamos já havia escurecido. Então, pedimos autorização ao proprietário William para pescarmos um pouco na parte da noite em busca das pirararas, que até aí não haviam aparecido. Mas, acredito que devido à temperatura da água, elas estavam muito manhosas, soltando as iscas quando sentiam resistência. Só conseguimos fisgar um exemplar, que estourou a linha no aerador esquerdo. 
A surpresa da noite veio em outro equipamento, o mais leve que havíamos levado, usando massa de pão de queijo como isca. O peixe estava cutucando e arrastando a isca devagar, até que fisguei e tive como resposta uma corrida rápida rumo à margem oposta, e já dava para saber que era peixe grande. 
Fui brigando tranquilamente para que o troféu não escapasse, até que uma mancha prateada boiou no meio do lago. De início achamos ser uma carpa, mas quando o exemplar finalmente prancheou na margem notamos que era um piauçu gigantesco, o maior que eu já tinha visto pessoalmente. Até meu pai quis tirar foto com o gigante. 



A soltura do enorme exemplar finalizou nosso primeiro dia de pescaria, deixando-nos ansiosos para o dia seguinte, em que pescaríamos somente na parte da manhã, mas prometia boas fisgadas.

Antes de irmos, perguntei ao William acerca das grandes carpas cabeçudas que habitam o lago, e ele disse que um amigo dele, o Júnior, estaria pescando-as no dia seguinte, o que me deixou mais animado ainda, pois era uma pescaria que eu nunca havia realizado.
Então, seguimos para um hotel da cidade, onde passamos a noite e preparamos os equipamentos para o segundo dia de pesca.

O dia das cabeçudas

No outro dia, acabamos chegando um pouco mais tarde no pesqueiro, e como íamos pescar somente até o meio-dia, não poderíamos perder tempo. 
O William nos apresentou ao Júnior e logo nos tornamos amigos. Acabei aprendendo com ele muito acerca da pesca de carpas-cabeçudas. 
O pescador estava usando três equipamentos com boias paulistas, chuveirinhos a 10 cm de profundidade - pois o lago é raso e com muitas outras espécies que podem atrapalhar a pescaria - e massa de banana com mel. Não demorou muito para que a primeira boia afundasse e a primeira carpa-cabeçuda rendesse uma bela briga antes de sair para as fotos! 

O William resolveu pescar conosco e cevou a lateral do lago com alguns pedaços de salsicha flutuante, lançando a isca em cima. Algumas pincacharas apareceram para comer, então foi só arremessar em cima e um grande exemplar atacou. Até eu quis sair nas fotos com ele. 


Resolvi pescar na margem oposta, e logo no primeiro arremesso com ração do próprio pesqueiro eu já estava com outra pincachara fisgada.


Tivemos uma paradeira de ações e decidimos ir embora. Aí veio o problema: enquanto guardávamos os equipamentos, uma vara minha que estava iscada com salsicha flutuante encostada na margem foi arrancada do suporte por algum peixe de bom porte, o que me deixou bastante chateado. Insistimos bastante para tentar recuperá-la, mas sem sucesso.
Para compensar, tive a "sorte" de, ao passar ao lado das varas do Júnior quando já estava de saída, ver uma boia afundar. Ele falou para eu brigar com o exemplar, sem fisgar pois poderia rasgar a frágil boca da carpa. Apesar de já ter capturado um exemplar na pesca com mosca, era a primeira vez que brigava com a espécie em sua pescaria tradicional, o que me deixou bem nervoso. Com calma, fui trazendo o peixe até a margem até ele finalmente entrar no puçá e poder ser fotografado. Mais um lindo exemplar do Primavera para encerrar nossa pescaria!


Acabamos por não recuperar meu equipamento - o William o encontrou semanas depois totalmente detonado -, mas mesmo assim foi uma ótima viagem com grandes fisgadas e novas amizades. Deixo aqui agradecimentos especiais ao Júnior pelas paciência e ajuda na pesca das carpas-cabeçudas. 
Espero que tenham gostado. 

Por Pedro Daher

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